Vídeo Extraído de Blog do Mario Adolfo: https://www.youtube.com/watch?v=RCDsqjOauaM
Manaus registrou uma queda no número de ocupações irregulares dentro de áreas verdes e preservação permanente, entre os meses de janeiro e agosto de 2020, uma taxa surpreendente se comparada com os anos anteriores.
Em 2015, a capital registrou 51 focos de invasão em áreas verdes e de preservação permanente. No total, apenas 21 dessas foram extintas. A cada ano o número de ocupações tende a diminuir, mas em 2019, houve uma alta de mais de 125% no número de casos (72), e ainda no mês de agosto a quantidade foi maior que a soma total dos anos anteriores (64).
Segundo o Professor e Cientista político, Helso Ribeiro, as ocupações irregulares, tais como invasão, são um problema gravíssimo e vindas de raízes escravocratas que geraram um processo de favelização devido a faltas de moradia em áreas normalmente do estado e posteriormente sendo feitas também em áreas privadas.
Segundo o Diretor Fiscalizador da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SEMMA) Éneas Gonçalves, esse tipo de ocupação normalmente ocorre no início de cada ano e durante período eleitoral, como forma de ganhar apoio dos candidatos”. Porém desde o início de janeiro até agosto de 2020, foi detectado uma baixa no número de foco comparada com os últimos cinco anos, no primeiro semestre desse ano, foram encontrados apenas 11 focos de ocupações irregulares, o número chamou a atenção do diretor da SEMMA que acredita que a pandemia da Covid-19 foi o fator que determinou a redução dos casos.
Ainda segundo o diretor um fator que dificulta a ação do poder pública em reduzir as invasões, são o crescimento dessas comunidades em áreas particulares, onde eles não possuem acesso, mesmo se tratando de áreas verdes.
Apesar dessas áreas serem construídas aos poucos, com construções simples, os danos ao meio ambiente podem ser gigantes e bem complexos. Segundos dados disponíveis no site da Prefeitura de Manaus, são 10 Unidades de proteção ambiental geridos pela Semma, e 4 unidades particulares decretadas como patrimônio público. Todas atingidas pela ocupação ilegal e consequentemente pelo desmatamento.
Em 2019, houve uma mega operação deflagrada para uma reintegração de posse de área pública, pertencente de parte do estado do Amazonas e parte da união, localizada próximo a uma área de preservação ambiental, que foi ocupada por cerca de 2 mil famílias em toda a extensão da área, e por lá subiram barracos. Que por sua vez acabaram conflitando com uma parte de uma reserva ambiental próxima.
A reserva Adolpho Ducke ou Jardim Botânico Adolpho Ducke, é uma área de preservação ambiental criada nos anos 2000 entre o Instituto Nacional de Pesquisas Ambientais (INPA) e a Prefeitura de Manaus, para controlar o avanço desordenado das comunidades, além de abrigar uma extensa cadeia na fauna e flora, a APP (áreas de Preservação permanente) mantém áreas de leitos de alimentam os rios. Após a retirada dos moradores da área, foi constatado uma série de problemas em volta da região, onde equipes da Secretaria do Estado do Meio Ambiente (SEMA) afirmaram ter a construção de grandes barragens para impedir o fluxo da chuva e além do grande impacto no solo, foi constatado um grande acúmulo de resíduos.
A Secretária municipal de meio ambiente (SEMMA) disse que a área é constantemente monitorada e todos os esforços de são feitos para manter a integridade das áreas de proteção ambiental.
Além do grande problema ambiental que esses tipos de ocupações irregulares causam, elas se mostram um retrato de um problema ainda maior. A pobreza e a falta de moradias por família, são fatores primordiais para o crescimento da favelização no estado, em 2015 quando houve a reintegração de posse no bairro cidade das luzes, parte das pessoas procuraram novos terrenos para ocupar, um deles foi a comunidade Monte Horebe.
Segundo Helso Ribeiro , muitos desses problemas poderiam ser evitados com ajuda do poder público no que tange criação de projetos de fomento a pessoas desabrigadas ou em situação de pobreza. ou até mesmo programas de construção de moradias de baixo custo.
Ainda segundo ele, se esse processo começasse hoje, em 10 anos a questão da falta de moradia e consequentemente das invasões, seriam reduzidas.
Escritor por: Alexandre Romanet e Pedro Almeida
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