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Pandemia das fake news

A pandemia da Covid-19 chegou ao Brasil em fevereiro de 2020. No dia 26 daquele mês foi identificado o primeiro caso no país, um homem que havia viajado à Itália. Em março foi registrada a primeira morte em decorrência da doença. No mesmo mês, o Ministério da Saúde publicou uma portaria confirmando a transmissão comunitária em todo o Brasil. A partir daí iniciou-se uma batalha contra o novo coronavírus e outra com as fake news.


 Divulgação: Médicos sem Fronteiras
Foto: Anna Pantelia Divulgação: Médicos sem Fronteiras

O portal Médico sem Fronteiras divulgou, em 10 de junho de 2020, 5 fake news que viralizaram sobre a Covid-19 (disponível em https://www.msf.org.br/noticias/5-fake-news-relacionadas-covid-19). A primeira é relacionada sobre os medicamentos que tratam a doença ainda no seu estágio inicial. Sabemos que ainda não existe tratamento para a Covid. Nossa única esperança é a vacina. A segunda fake news é sobre o consumo de álcool na prevenção da doença. Certamente é uma notícia falsa criada em alusão ao uso do álcool em gel nas mãos e superfícies para conter o avanço do vírus. O consumo excessivo de álcool debilita o sistema imunológico e aumenta o risco de danos à saúde.


Até os cães e gatos não escaparam de virarem alvos de mentiras. A terceira fake news é sobre a transmissão da covid por animais domésticos aos humanos, o que não foi provado cientificamente. A quarta fake news é sobre a letalidade da doença somente nos idosos. Sabemos que os idosos foram os que mais sofreram neste ano de pandemia. Mas não são somente os idosos que faleceram por causa do vírus. Muitos adultos mais jovens também foram vítimas. Nem mesmo as crianças escaparam da letalidade do vírus. A quinta fake news é sobre a transmissão do vírus somente por pessoas sintomáticas. Como já foi provado, pessoas assintomáticas, aquelas que não apresentam sintomas da doença, também transmitem o vírus. Por isso a importância do distanciamento social, o uso das máscaras e do álcool em gel 70% para combater a disseminação do novo coronavírus.


Seu Hilton e a caderneta de vacinação. Foto: Monalissa Gonçalves

Seu Hilton Gonçalves, carpinteiro, foi uma das tantas pessoas que acreditaram nas fake news. “Tava todo mundo falando que era uma gripezinha, que só dava em velho, que bastava tomar chá de mangarataia que ficava bom, e não foi bem assim”, conta o idoso de 62 anos. Hoje, Seu Hilton não só acredita nos malefícios da doença, como também já tomou a primeira dose da vacina AstraZeneca. “Tomei a primeira dose na semana passada. Agora tô aguardando a data da segunda dose pra poder ficar imunizado de vez”, relata ansioso.


Tanta gente acreditou nas fake news, que o Brasil se tornou o país que mais acredita em notícias falsas. O número de mortos foi bastante questionado. É o que conta a reportagem do Jornal da Record, veiculada há seis meses na plataforma de streaming Youtube.


Contra a disseminação das fake news, o caminho é um só: apuração. Procure saber se a informação recebida é verdadeira, se foi divulgada por portais de notícias sérios, se tem base científica. Apurar não custa nada e evita transtornos.

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